Dias Cinzentos Também São Bonitos
Na minha vida já tive dias bons e dias maus, como toda a gente.
Durante muito tempo via os dias maus como algo que precisava de evitar — como se fossem falhas no percurso, momentos a apagar do calendário. Mas há algum tempo comecei a fazer algo que transformou completamente a forma como encaro esses dias: aprendi a aceitá-los como parte da soma, não da subtração da vida.
Sim, isto não é fácil de fazer. Há dias em que o corpo pesa, a motivação desaparece e tudo parece correr ao contrário. Mas acredita quando digo que, desde que comecei a ver os dias maus como parte do processo, a minha vida ficou mais leve.
Percebi que a dor, o tédio ou o desânimo não são castigos — são apenas sinais. Sinais de que algo precisa de ser ajustado, ou simplesmente de que o corpo e a mente pedem pausa. Quando deixei de lutar contra esses dias, comecei a aprender com eles. Passei a reagir ativamente, em vez de passivamente.
Antes, qualquer contratempo gerava frustração. Agora, quando algo corre mal, paro por um instante. Observo. Analiso a situação. Adapto-me a ela. E, quase sem dar por isso, acabo por aprender algo novo pelo caminho — seja uma nova forma de lidar com o stress, uma competência prática ou até uma lição emocional.
Descobri que o crescimento não acontece apenas quando tudo está bem. Na verdade, são os dias cinzentos que nos obrigam a olhar para dentro. É neles que percebemos quem realmente somos quando o cenário não ajuda.
E o mais curioso é que, quando passamos a ver beleza nesses dias, eles deixam de parecer tão maus. Um dia chuvoso torna-se convite ao recolhimento. Um momento de tristeza transforma-se em introspeção. Um contratempo pode ser o início de um novo capítulo.
Nem todos os dias precisam de ser produtivos para serem valiosos.
Há dias que apenas servem para respirar, observar, reorganizar ou simplesmente existir.
Hoje, quando o céu está nublado — seja fora ou dentro de mim — tento lembrar-me disto: até as nuvens fazem parte do equilíbrio do clima. Sem elas, não haveria chuva. Sem chuva, não haveria vida.
Por isso, quando o próximo dia cinzento chegar, em vez de o empurrar para longe, acolhe-o.
Senta-te com ele, ouve o que tem para te dizer, e lembra-te:
os dias cinzentos também são bonitos.
Nota:
Este artigo reflete apenas a minha experiência pessoal. Para mais informações, consulte o [Aviso Legal].

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