O Abismo do Autodidata
Quanto mais aprendo, mais percebo que pouco sei.
Mas é nesse vazio que nasce um desejo insaciável de saber.
O autodidata não busca um fim seguro no conhecimento; ele mergulha no abismo. E esse abismo não tem fundo — é infinito. Só quem aprende por si mesmo ousa lançar-se nessa queda interminável, não para chegar ao chão, mas para experimentar a própria queda como destino.
Há também a tentação de desejar o impossível: alcançar o fim do infinito. Mas o que importa não é o fim — é contemplar como um “fim sem fim” se comporta. O paradoxo não é fracasso: é experiência.
No conhecimento, essa impossibilidade deixa de ser limite e transforma-se em vivência. Aprender é cair infinitamente, e nessa queda está a grandeza de quem não se satisfaz com respostas, mas habita a eternidade da pergunta.
Porque, no fim, o conhecimento é o verdadeiro expoente máximo do infinito.
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