O Espelho do Tempo
Frase: “A imaginação é mais importante que o conhecimento, porque o conhecimento é limitado, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro.” (Imagination is more important than knowledge. Knowledge is limited. Imagination encircles the world.)
Autor: Albert Einstein
Ano: 1929 (publicada na entrevista a George Sylvester Viereck, The Saturday Evening Post)
Durante grande parte da história humana, o conhecimento era entendido como o principal instrumento para compreender o mundo. Saber era poder — e tudo o que escapava ao conhecimento existente era considerado mistério ou superstição. No entanto, no início do século XX, Albert Einstein trouxe uma visão que revolucionou não só a física, mas a própria forma como pensamos sobre o pensamento humano.
Em 1929, numa entrevista ao jornalista George Sylvester Viereck, Einstein afirmou:
“A imaginação é mais importante que o conhecimento, porque o conhecimento é limitado, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro.”
No coração desta frase está a ideia de que o conhecimento humano, por maior que seja, nasce sempre do passado — do que já foi descoberto, sistematizado ou provado. O conhecimento é uma coleção finita de verdades, restritas ao estado atual da ciência.
A imaginação, pelo contrário, não tem fronteiras. É ela que permite ultrapassar o que já existe, explorar possibilidades ainda não descobertas e conceber mundos que ainda não nasceram. Einstein não desvalorizava o conhecimento; reconhecia apenas que, sem imaginação, o conhecimento ficaria estagnado.
Antes dele, muitos pensadores já tinham abordado a relação entre razão, criatividade e descoberta, mas quase sempre num enquadramento técnico ou metafísico.
Platão via a imaginação como uma sombra da realidade, algo inferior às ideias perfeitas.
Aristóteles considerava a phantasía ("imaginação" em grego) uma ponte entre sensação e pensamento, mas nunca a colocou acima do conhecimento racional.
Até mesmo os cientistas renascentistas utilizavam a imaginação como ferramenta, e não como o fundamento da descoberta.
Einstein quebra essa hierarquia. Para ele, imaginar não é um passo secundário — é o ponto de partida da criação científica. Sem imaginação, não existiriam hipóteses, novas teorias ou novas perguntas. Todo avanço começa na capacidade de conceber algo que ainda não existe.
É precisamente essa visão que permitiu a Einstein desafiar os limites da física clássica e formular a Teoria da Relatividade. Ele não partiu do conhecimento consolidado — partiu de cenários imaginários, quase pequenas experiências mentais dentro da sua própria mente.
Foi uma revolução silenciosa, semelhante à de Descartes no campo da consciência: Einstein retira a ciência do domínio estático do conhecimento acumulado e coloca-a nas mãos vivas da imaginação humana.
Pode dizer-se, portanto, que esta frase marca um ponto de viragem na filosofia da ciência — o reconhecimento de que imaginar é o primeiro passo para conhecer.
Einstein não apenas valorizou a imaginação; mostrou que ela é o território onde o futuro nasce.
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Nota:
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