O Espelho do Tempo
Frase: “Penso, logo existo” (Cogito, ergo sum)
Autor: René Descartes
Ano: 1637 (publicada na obra Discurso do Método)Durante séculos, o ser humano foi visto como parte de um todo — da natureza, de Deus ou do cosmos. A ideia de um “eu” separado, consciente e autônomo, simplesmente não existia. Foi com René Descartes, no século XVII, que esse conceito ganhou forma definitiva através da célebre frase:
“Penso, logo existo.” (Cogito, ergo sum)
Publicada em 1637 na obra Discurso do Método, esta frase marcou o nascimento do eu consciente moderno. Descartes procurava uma verdade absoluta, algo impossível de duvidar. E percebeu que, mesmo que tudo fosse ilusório, o simples ato de pensar confirmava a sua existência como ser pensante. Assim, a mente humana passou a ser o centro da certeza e do conhecimento.
Antes dele, grandes filósofos já haviam abordado o tema da consciência, mas sempre num contexto coletivo ou divino.
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Platão via a alma como parte do mundo das ideias — uma extensão do Todo.
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Aristóteles considerava o ser humano uma peça na harmonia natural do universo.
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Santo Agostinho, por sua vez, afirmava “Se me engano, existo” (Si fallor, sum), mas usava essa certeza para provar a existência de Deus, e não a do próprio sujeito em si.
Descartes rompe com essa visão. Ele coloca o pensamento humano no centro e declara que a existência não precisa de uma confirmação divina, mas apenas da consciência de si.
Foi uma revolução silenciosa: o homem deixa de ser apenas parte do cosmos e torna-se observador do cosmos.
Esse movimento rompe também com a filosofia escolástica medieval, que se baseava sobretudo na fé e na autoridade da Igreja.
A partir dele surgem novas correntes — o racionalismo, o empirismo e o idealismo — que moldam toda a filosofia dos séculos seguintes.
Pode dizer-se, portanto, que o “penso, logo existo” marca o início da filosofia moderna e fornece as bases filosóficas da ciência contemporânea.
Descartes não apenas provou que o pensamento é a base do ser — mostrou que a consciência é a prova mais pura da existência.
Nota:
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